Olá , eu gostaria de falar um pouco sobre meu filho, Eduardo, alguns o conhece por Dudu batera de Jesus. Meu filho nasceu de 36 semanas, eu tive pré eclampsia, ele engoliu muita água do parto e no hospital já aparentou problemas respiratório. Não dormia a noite, acordava muito à noite por causa dos problemas respiratórios. Não tive leite para amamentar, então foi direto para mamadeira. Não aceitava papinha, só mamadeira, foi comer comida com 1 ano de idade, somente arroz e feijão, um dia experimentou carne e gostou, passou então a comer arroz, feijão e carne.
Andou com 1 ano e 4 meses, quase 1 ano e 5, com 3 anos fiz um eletro nele, porque não falava, não deu nada. Foi falar com 4 anos, nesse ano despertou nele o interesse por bateria, o pai dele tocava na igreja, ele sempre do lado, pegava as baquetas e tocava no chão, no sofá. Um dia a professora dele me chama na escola e me perguntou se ele gostava de bateria, eu disse que o pai dele tocava na igreja, ela disse que só podia dar um lápis de cada vez, porque se desse dois, ele saía tocando pela sala, nas mesas, cadeiras!
Quando ele completou 6 anos eu engravidei, minha menina, a rotina dele mudou, ele passou a ter estereotipias, o que não tinha antes. Com 7 anos fez cirurgia de adenoide e garganta.
nos mudamos pra Cuiabá, nos primeiros dias de aula, 4 meninos, dois pegaram nas mãos, dois nos pés e jogaram meu filho num monte de folhas, porque diziam que seu comportamento era estranho, soube disso 5 anos depois, ele se lembrou e me contou. Voltamos pra pontes e lacerda, coloquei ele na escola publica, ele reclamando sempre que estava sozinho, fui um dia na hora do recreio e vi ele brincando sozinho, perguntei as crianças porque não brincavam com ele, eles me responderam, que ele que não queria, vi aí que precisava investigar mais. Nesse mesmo ano fui buscar ele na escola e a professora gritou em alto e bom tom, esse menino fica chorando que nem um desesperado! Eu falei: não fala assim com meu filho, soube que ela chamou ele de bebe chorão e na hora do recreio as crianças corriam em volta dele gritando bebe chorão.
Troquei ele de escola coloquei na particular, lá entre os professores diagnosticaram ele com autismo, me chamaram pra uma reunião e chamaram meu filho de retardado, troquei ele então de escola. Os dois primeiros anos foi caminhando bem, mas sempre me chamando na escola por causa do comportamento do Eduardo, sempre sozinho nunca se enturmava. Passei ele por neuro, foi diagnosticado com TDAH , passou a tomar medicação.
Em todas as consultas, meu coração ficava apertado, Eduardo já tinha passado por 2 psiquiatras, 2 neuros, e ninguém chegava a um resultado. Foi então quando ele completou 11 anos, troquei de médico, levei todos os exames, eletro, ressonância, exame de audição, pra já não me pedir mais nada. A medica avaliou ele e me disse: mãe, seu filho tem TEA (transtorno espectro autista), eu paralisei na cadeira! Eu já tinha lido e Eduardo se encaixava, mas daí ter certeza, é outra coisa. Chorei por 7 dias, veio a culpa, será que fiz alguma coisa errada na gravidez? Levei o laudo na escola, a vida do meu filho virou um inferno, as professoras contaram aos alunos, todos os dias Eduardo reclamava de alguma coisa, um dia empurrava ele, outro jogava água, quando chegou em dezembro, ele me disse: mãe, me tira dessa escola! Coloquei ele na escola pública, ele foi abraçado lá. Os alunos elegeram ele o líder da sala, ele até discursou numa sala com várias autoridades e todos se emocionaram. Nesse mesmo ano, despertou a vontade de voltar tocar, coloquei ele numa escola de música, quando fez 6 meses de aula o pastor chamou ele pra tocar na quinta-feira, depois colocou ele no domingo, e Eduardo era o baterista oficial do ministério de louvor. O professor dele de musica passou pra nossa igreja e a primeira coisa que fez foi tirar meu filho da bateria, Eduardo me perguntava porque não estavam escalando ele pra tocar, eu fui perguntar ao pastor numa reunião, e alguns já sabem o que ele disse: Eduardo é autista, não posso dar a esse menino a responsabilidade de uma pessoa normal! Eu surtei, adoeci, fui ameaçada, e não pude processar o mesmo, porque fez um acordo com meu marido, se eu processasse ele, ele me processava por ter jogado a história na internet. Meu filho soube, e entristeceu de uma forma, que não queria nem pegar na baqueta, um dia falei com ele pra tocar pra eu cantar, ele chorou muito, orando e pedindo a direção de Deus, me surgiu a ideia de fazer o canal do youtube pra ele, depois da publicação, ele leu as mensagens e foi por causa de vocês que ele não desistiu de tocar! Peço que continuem apoiando meu filho, ele tira de ouvido, sozinho , cada música para agradar vcs, eu estou a disposição para ajudar também, unidas somos mais fortes! Meu filho, nossos filhos são guerreiros, por suportar o bullyn e seguir em frente! Eduardo é exemplo pra mim, de garra, força, amor e verdade, porque eles não mentem! Conto novamente com o apoio de todos vocês, essa foi um pouco da história do Eduardo!
Link do canal do YouTube do Eduardo